-Me peça um ultimo desejo!
Foi assim que me disse,
Antes de afogar-me em profundas lembranças.
Esta dor bem cravada,
Este gosto de mudança.
E este desejo de que não parta,
A qual as palavras não cansam.
Como quem vai para a forca
Tem direito a uma ultima satisfação.
Eu não quis... Jamais poderia.
Fazer de minha dor um alçapão.
Fazer de escada minha tormenta
Para do alto atirar-me ao vazio sem chão.
Estes meus dias agora mais lerdos,
Esta agonia que agora me ensina.
A uma duvida em meus desejos encarnados...
Porque não se vê Luz?...Quando a dor te experimenta.
Meu barco a vela a meio vento,
Com um só remo, não se sabe.
Se a corrente te arrasta com o tempo.
Ou se morre por remar sozinho na verdade.
E que meu desejo é tua fuga e o sorriso uma grande miragem.
Dos nossos momentos são duas linhas:
A tua, das boas lembranças, de todos os minutos amados: O futuro para ti cairá em uma folha de recordações e lagrimas de um passado.
O meu, esse desespero de quem te arranca do meu peito: E essa sensação de que tudo não foi o bastante.
-Me peça um ultimo desejo!
E calado,
Somente meus olhos poderão exprimir.
O que minhas palavras não tiveram coragem.