segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Remember-me


Tudo tem seu tempo.
E não é mortal esta fatalidade.
Eu não tenho cura. Insisto!
Ei de um dia caminhar entre os mortos.
Haverá um dia em que meu corpo implorará um ultimo por do sol.
A ultima brisa em meus olhos fechados ao tempo.
E o silencio engolirá tudo como uma cortina que não espera aplausos.
Tudo será uma aredoma de Adeus,
Uma mão contraditória que não cabe uma caricia.
Talvez culpa, este assoalho de sangue e minha arquitetura de vidro.

-“Senhor, tende piedade de mim”

E o doce mistério da morte,
Essa carruagem de gritos e agonia vem arrastar-me a galopes.
O medo deste desconhecido. – “Será que fui bom o bastante?”
E se meu consolo for a canção de um corvo?
Sorrirei como os miseráveis,
 sobre a caridade insignificante dos homens.
Eis que não tenho beijos roubados aos quais lembrarei em mormaço
Ou uma alegria passageira dos dias de chuva.
Tenho a fatídica certeza:
-Estas correntes vêm amarrar minha sina.

“A morte é a glorificação de redimir a si mesmo.”

“Senhor, tende piedade dos tolos e dos sonhadores”

Estes que aos quais não sabem a gravidade de sua sanidade ininterrupta.
A voracidade de seus desejos e sonhos crepitantes,
Trás maresia aos enjôos deste novo mundo.
E a morte assola-os como um senhor furioso aos seus escravos.
Este tempo não é de tolos e sonhadores.
Diz a bula.


É de certo talvez,
Dançarmos a mesma musica macabra do véu que repousa sem desculpa
E vem cobrar-lhe dos familiares a alma.
Inquilinos de uma prisão de carne e talhas e bar ganhadores de sentimentos.

Toda luta não é mais luta,
E sim um desespero incontrolável de reencontrar-se
( se é que algum dia já se tenha visto.).
O medo nos molda a sua própria carnificina.
E conjurar como um cristão saudável e devoto não é o bastante.
Se acreditarmos na mesma mentira, tudo esta bem.

É mais certo do que os dias que clareiam este mausoléu de sonhos mortos.
Há tristeza em todo sorriso, todo olhar trás uma dor remota, uma saudade de um tempo esquecido.
E toda felicidade nunca é o bastante.
Uma quimera que nunca se satisfaz.
Não quero uma lapide gelada e lembranças boas às quais não fiz.
Mostro-me como o demônio que sou.
A criatura lamacenta a qual me agreguei para sobreviver.
Assim como tantos outros...
É preciso agarrar-se a qualquer fenda para não cair em algo mais fundo que sua tristeza.




Eu, mesmo uma válvula desse engenho maligno devorador de homens.
Bradarei aos murros este espelho de miragens.
Tombarei ao sinal de silencio do dedo em minha boca.
E antemão, arrastado ao inferno vos digo.

“Senhor, tende piedade de nossos filhos”.

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