sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Antares: O fim de nós



Eu vi em teus olhos
A plasticidez de meu sorriso,
Os abraços que nos distanciavam,
As palavras entre nós que não nasciam.
Cada dia era algo a menos.
Pelo amor mensurado em uma cúpula inflamada.
A petrificação de nossos sentimentos.
O Trem descarrilhado do nosso amor. Partiu!
Sem passageiros, sem rumo ou culpa.
Meu consolo já era desfavorável a sua necessidade...
...e todos os sonhos se tornaram espumas.
As lembranças vinham,
Como uma bomba que travou em um segundo,
E morriam em sua nascente; Um turbilhão de nomes.

(Ela trancava-se e chorava no quarto.
Acovardado: Eu sentava e chorava nos fundos)

Todos os dias eram os mesmos olhares vazios.
Como faróis de luzes castas,
Tentando guiar desesperadamente um ao outro.
Eu mentia com meus sorrisos amarelos e amargos.
Ela respondia com beijos gelados e sem sumo.
A dor descabida de um desejo de outrora.
A encenação de uma vida intitulada: Moribundos.

 Vivíamos juntos e não sabíamos mais nossos nomes, gostos.
Seu corpo tornou-se um labirinto...
E seus olhos um poço, onde não se viam mais sonhos.
Sua verdade era a maior mentira,
Na mesma importância que dizíamos: “Eu te amo”.
Você: o refluxo da minha enseada.
Eu: o balsamo de seus desenganos.

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