quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vestigios I



Minha sorte é como um pássaro que tenta voar com suas asas quebradas.
Um pássaro feio e bobo que menospreza a física e a ciência e tenta a cada instante bater asas e voar.
Minha sorte é um cego no escuro.
Um astronauta sem astros ou galáxias.
Apenas um ser vadio que caminha perambulante e bêbado nas vielas da vida em busca de um canto menos frio para passar a noite.
É como uma criança teimosa que corre da mãe ao ver seu grito de afronto, e mesmo sentindo vibrar sua ira, ri despreocupada.
Minha sorte, vida.
É esta roleta de palavras que nunca me saem e se entopem em minha garganta como um velho ralo.
É este choro que custo teimosamente prender.
Minha sorte é o pássaro verde que ninguém nunca viu.
A borboleta dourada dos encantos dos sonhos.
É a lua que a criança estica as mãos para apanhar todas as noites e fica triste por seu fracasso.
Como? Se ela esta tão perto!
Minha sorte, pobres Deuses do infortúnio que plantei e cultivei nas minhas anciãs mais mesquinhas.
É esta vida...
...Que passei tempo de mais tentando encontrar outras coisas e não vivi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário